BIOGRAFIA

CANTORA E COMPOSITORA DE ORIGEM JUDAICA, FORTUNA CRESCEU EM SÃO PAULO LIGADA À MÚSICA, À DANÇA E AO TEATRO.
© Gal Oppido

Fortuna, cantora e compositora brasileira de origem judaica, tem uma trajetória musical de mais de 30 anos, inicialmente marcada pelas suas raízes do Oriente Médio (judaicas e árabes) e dos judeus da Espanha e Portugal (Sefarad). Pesquisadora de músicas do mundo, Fortuna estabelece pontes entre sua música e diversas religiões e culturas do mundo.

O resultado dessa pesquisa iluminou sua trajetória. Fortuna gravou, de forma independente, seus oitos CDs: La Prima Vez (1993), Cantigas (1994), Mediterrâneo (1996), Mazal (1999), Cælestia (2001), Encontros (2003), Novo Mundo (2005), Ao Vivo (2009) e Novos Mares (2016). Com distribuição internacional, receberam elogios da crítica e destaque em premiações importantes. Mediterrâneo venceu o 10º Prêmio Sharp de Música como melhor disco produzido em língua estrangeira (1997). Já o selo americano Putumayo, especializado em coletâneas de “world music”, incluiu cinco canções gravadas por Fortuna em suas coletâneas: Women of Spirit (1998), Romantica (1998), A Jewish Odyssey (2000), Dreamland (2003) e Tango Around The World (2007).

Novos Mares, lançado em 2016 pelo Selo Sesc, trouxe novidades em relação aos seus trabalhos anteriores. Mais autoral, Fortuna assina a composição de cinco das treze músicas do repertório do CD, traçando o percurso dos judeus orientais que saíram de Alepo (Síria) e do Oriente Médio em geral, cantando temas em árabe, hebraico e francês, e chegando ao Brasil, com o tema autoral Branca Dias, uma homenagem aos Cristãos Novos (Anussim) e ao Crypto-Judaísmo, tema bastante abordado atualmente pelos historiadores contemporâneos. 

Em Mares da Memória, apresentado em Portugal no Festival MIMO 2019 (Amarante), Fortuna apresenta músicas novas como Sopra o Vento (Fernando Pessoa/Jardel Caetano) além de toda a diversidade musical impregnada no cancioneiro Ladino.

Em 2018, Fortuna fez a trilha musical da peça Amor Profano, com Vivianne Pasmanter e Marcello Airoldi. O texto, bastante polêmico, é do israelense Motti Lerner.

 

Seu programa Todos os Cantos, veiculado primeiramente na Radio Eldorado FM e depois pela Rádio UOL, durante 12 anos, sempre garimpou as preciosidades sonoras do planeta. Posteriormente, durante mais de 7 anos, foi transmitido pela Rádio Cultura FM.

Além dos programas de rádio também criou, produziu e apresentou, de 2020 a 2021, o Podcast Todos os Cantos nas plataformas de streaming e no YouTube, trazendo a diversidade musical do planeta e do Brasil.

 

Como atriz, Fortuna participou do musical José e seu Manto Technicolor (2007) de Andrew Lloyd Weber, dirigido pelo premiado Iacov Hillel. O sucesso do espetáculo, também voltado para crianças e adolescentes, despertou na artista o desejo de orientar seu foco para o público infantil.

Nasceram assim novos projetos.

Em novembro de 2008, a cantora lançou, numa produção do Selo SESC, o CD, o DVD e o espetáculo Na Casa da Ruth. No repertório, poemas da escritora Ruth Rocha musicados por Hélio Ziskind. Com direção de Naum Alves de Souza, o espetáculo foi visto por mais de 20 mil espectadores ao longo de 4 anos.

 

Em outubro de 2012 Fortuna lançou o CD Tic Tic Tati, com poemas e histórias da escritora Tatiana Belinky, também musicados por Hélio Ziskind. Produzido pelo Selo SESC, em 2013 o trabalho recebeu duas indicações para o 24º Prêmio da Música Brasileira nas categorias Álbum Infantil e Projeto Visual. O musical, criado para o lançamento do CD, teve a direção de Roberto Lage e foi outro sucesso de público e crítica. O espetáculo foi registrado e transformado em DVD, com um bônus de três animações dirigidas pela cineasta Tata Amaral.

Lançado em outubro de 2014 o DVD Tic Tic Tati foi vencedor do Prêmio Governador de Estado 2014, na categoria “Arte para Crianças”, pelo voto popular.

 

Em 2017, seguindo a parceria de sucesso com Hélio Ziskind, Fortuna lança pelo Selo Sesc, o seu terceiro CD infantil: Tchiribim Tchiribom-Cantando pelo Mundo. Um passeio pelas tradições musicais de povos e regiões ao redor do mundo, como China, Israel, África, Itália, México e Nova Zelândia. Outra parceria decorrente do projeto foi com o grupo Grand Bazaar e suas canções ciganas e dos Balcãs. Eles participaram da gravação do CD, criando arranjos em conjunto e tocando em todas as faixas. O espetáculo musical criado para o lançamento do CD tem direção de Roberto Lage e traz Fortuna como uma “cantadora de histórias”. Fortuna dá sequência ao seu tradicional trabalho de apresentar músicas do mundo, levando este universo de povos e culturas de forma divertida para o público infantil.

 

Fortuna lançou em 2021 os álbuns Sacred Memories e Vida. O público poderá apreciar dois aspectos da trajetória de Fortuna, com a reunião de músicas contemporâneas com temas de memória ancestral, numa mescla das vertentes que marcaram seus mais de 30 anos de carreira. O repertório relembra algumas antigas parcerias de Fortuna como A Lua no Cinema com o poeta Paulo Leminski nos anos 80, além de outras canções atuais como Sopra o Vento, poema de Fernando Pessoa, musicado por Jardel Caetano e Para Além do Céu, de Paulo Tatit e Filipe Edmo.

 

Seguindo sua memória e intuição musical a artista tem se dedicado a explorar outros compositores de forma inusitada. Assim nasceu o projeto Acalantos em 2021. Um EP com cinco músicas de Caetano Veloso no formato de canções de ninar: Cajuína, Canto do Povo de um Lugar, Oração ao Tempo, O Leãozinho e Alguém Cantando. A ideia para Acalantos surgiu durante o período de isolamento, por conta da pandemia de Covid-19, que interrompeu sua programação de shows presenciais. Como a maioria dos artistas, a cantora encontrou nos projetos on-line uma maneira de continuar produzindo. Assim trabalhou de maneira remota compondo trilhas, criando conteúdo para podcasts, além de realizar lives.  

Ainda no segmento infantil, em 2021, foi convidada a participar da série Bia e Nino – Canções de Ninar, interpretando canções tradicionais da cultura brasileira pelo selo MCD.

 

Criou para o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, uma trilha que acompanha a Exposição Temporária Sonhei em Português (2021), composta por sons e línguas dos diferentes povos que habitam São Paulo.

Elaborou também a trilha para o Memorial do Holocausto, na cidade de Curitiba, Paraná (2021).

 

A convite da Prefeitura de São Paulo participou do Festival de Natal (dezembro 2021) junto com a cantora Assucena com o show inédito Transcendência, que mescla um repertório de músicas contemporâneas com outras que evocam o passado judaico de ambas.

 

Desde 2020 vem desenvolvendo a atividade de chazanit (cantora litúrgica) junto a diversas entidades religiosas judaicas, como por exemplo a CJB-Congregação Judaica do Brasil (com os Rabinos Nilton Bonder e Dario Bialer), Bethel (Rabino Uri Lam) e Kahal Tzur Israel, Primeira Sinagoga das Américas, em Recife, Pernambuco.


Em 2022 foi convidada a participar como solista por duas orquestras brasileiras: a Ladies Ensemble, conduzida pelo Maestro Roberto Ramos no Concerto étnico: As três culturas, no Solar do Rosário em Curitiba, e com a Orquestra Sinfônica Heliópolis do Instituto Baccarelli, conduzida pelo Maestro Isaac Karabitchevsky, no Concerto John Williams: trilhas de cinema, na Hebraica, São Paulo.

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